Faz em Abril cinco anos que partiu e que levou consigo
um bocadinho de cada um de nós. Deixou um enorme vazio dentro do coração
daqueles que cá ficaram e que tinham por si um enorme carinho. Cinco anos
passaram, mas o tio continua a ser lembrado com o mesmo carinho e com a mesma
alegria, tenho a certeza que era assim que gostava de ser lembrado. Sempre
foi um homem trabalhador de quem toda a gente gostava. Hoje, sinto imenso a sua falta. Sinto uma enorme nostalgia cada vez que vou a Portugal no verão e
não o vejo como era o caso há cinco anos atrás. Lembro-me perfeitamente de o ver sentado no degrau das escadas em dias de calor, de o ver andar pela rua
agarrado à bengala na qual se apoiava. Era um homem de tamanho pequeno, mas
de um enorme coração. Guardo a imagem do verão de 2007 quando o vi pela última
vez, nessa altura já estava fraco, fui com os avós vê-lo, já não me
reconheceu. Dei-lhe a mão e apertou-a. Meses depois, em Abril, mais
precisamente, a avó ligou-nos e disse-nos que tinha falecido. O avô não
conseguiu falar connosco, estava devastado. Aliás, todos estávamos mas ele foi
quem sofreu mais. Afinal perdeu o único irmão que ainda tinha. Chorei imenso
depois daquele telefonema, aqui em casa a alegria desapareceu e deu lugar a uma
tristeza imensa. Hoje, cinco anos depois, eu continuo a lembrar-me de si e o vazio
que deixou no meu coração, por cá permanece. Faz-nos muita falta, tio.
Vamos lembrá-lo sempre! Sei que está a olhar pelos seus e que do sítio onde
está nos vai proteger sempre.